Pular para o conteúdo principal

Filtro Político do Jornalista e o Telespectador

No atual cenário político brasileiro, não são poucos os leitores que questionam qual o papel da mídia. São várias as afirmações disparadas contra ela, onde algumas têm fundamento. A frase "a mídia é manipuladora" é dita por incontáveis espectadores, por exemplo. Mas como será que isso realmente funciona?



A verdade é que os media têm o papel de passar para o leitor informações que foram filtradas por ele. Quando esse filtro ocorre, às vezes de forma inconsciente, alguns lados do fato têm mais ênfase que outros. O que pode fazer a matéria tendenciosa, fazendo com que seja causado todo um burburinho em volta daquilo. Essa seleção que é feita pelo profissional que escreve a matéria acontece tanto por suas ideologias, quanto pelas convicções da instituição para quem trabalha. Esse processo é chamado no jornalismo de frame ou enquadramento. Este é dependente da agenda do cenário da realidade. Existe uma relação mutua que dita o sistema entre o jornal e o espectador, a teoria do agendamento diz que os assuntos tratados com mais ênfase na mídia, será o mesmo que na agenda pública, ou será essa a tendência. E isso levará também a formação da opinião pública.
Segundo Walter Lipmann, a opinião pública é baseada no conjunto de fatos e fatores que são mostrados através da notícia e não emerge naturalmente das pessoas. É um processo de animação social através do qual estes personagens interessados no controle social se envolvem.
Inegável a influência que a mídia tem na agenda cotidiana das pessoas, se tem investido cada vez mais no uso das mídias em campanhas políticas. O uso dessa nova ferramenta vem sendo cada vez mais buscado pelos políticos, no geral. Eles buscam profissionais da área que possam otimizar sua imagem, aumentando seu público e suas possibilidades de ganhar a eleição. Muitas vezes a imagem da pessoa que fica na mente das pessoas é a mais veiculada. Um exemplo de estudo sobre o caso do maketing midiático na política pode ser visto no artigo ‘O político, o marqueteiro e o partido: quem será o protagonista nas eleições municipais de 2016?’, de Rodolfo Marques e Bruno Conceição.
As mídias digitais vêm sendo as mais utilizadas devido ao fácil acesso e ao feedback rápido que se tem. São nessas redes de relacionamento como o Facebook e o Twitter, que o leitor e eleitor expõem suas opiniões. A interação é cada vez maior, o que faz as notícias tomarem enormes proporções e repercutirem cada vez mais. No entanto, isso também aumenta o risco de proliferação de informações errôneas, e não são poucos os casos. A internet é uma ferramenta muito forte, que pode tanto construir quanto destruir uma imagem.
Nos tempos atuais o ideal é que as pessoas busquem um leque de referências cada vez maior, para que assim possam se manter informadas. Não se pode dizer que certa mídia manipula se o único conteúdo jornalístico que se vê é aquele, é necessário buscar mais de uma fonte de informação.
Além de uma democratização da mídia, é necessário que as pessoas participem ativamente da vida em sociedade, conhecendo bem os fatos e, aos poucos, descentralizar o poder de comunicação da grande imprensa.

Por Letícia Cardoso - Acadêmica de Jornalismo


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Francamente... O que falar de elições?!

               No último dia 12 de novembro, a equipe da III Jornada Alagoana de Relações Públicas (Jarp) realizou seu último pré-evento antes da realização da Jornada. Tivemos uma mesa redonda com a participação de seis profissionais das áreas de comunicação e ciência política. A recepção dos participantes começou às 10h, na Sala de Formação do Maceió Shopping.             Mediados por Adriana Tiara e Delane Barros, os palestrantes fizeram uma analise da conjuntura das eleições municipais de 2016. Foram eles: Carlos Madeiro, jornalista; Allan Agra, publicitário; Willber Nascimento, cientista político; Marcos Roberto, relações públicas; Cláudia Galvão, jornalista e Gilson Monteiro, também jornalista.  Juntos construíram uma linha de debate riquíssima para os participantes.             Houve também sorteio de ingressos para ci...

Marketing Político x Marketing Eleitoral

No último dia 30 de outubro encerram-se, de fato, as campanhas para as eleições às prefeituras do país. Em nossa cidade, Maceió, a campanha do prefeito reeleito, Rui Palmeira, fez sucesso e grudou na cabeça do pessoal. Quem é o profissional responsável por esse tipo de campanha e o que é mais importante durante essa etapa? O profissional que cuida e monta a campanha dos candidatos nas eleições são os maketeiros. No entanto, precisamos deixar claro que o marketing político e o marketing eleitoral, e ela é crucial para a campanha. Primeiro, o marketing político. Ele é permanente e está ligado a formação da imagem do candidato a longo prazo. Segundo o site Eleitor Online, “o objetivo em um primeiro momento compatibilizar o discurso com os anseios do eleitorado e tornar a pessoa conhecida de um número cada vez maior de eleitores na sua área de influência, de forma a conquistar o apoio destes eleitores para suas ações políticas e eleitorais”. Já no marketing eleitoral, o foco...

Mesa de debates - JARP 2015

Klebson Candido O Centro de Convenções e de Exposições Ruth Cardoso contará com uma programação voltada à comunicação. É a II Jornada Alagoana de Relações Públicas (JARP), que acontece durante a Bienal do Livro e promete reunir alunos, docentes e profissionais da área. A JARP 2015 reúne em sua programação palestra, conferência, oficina e mesa de debates que dará o ponta pé inicial à 2ª edição da “Jornada”. “Os participantes poderão conferir um amplo debate sobre as Relações Públicas e as perspectivas para a profissão, uma vez que teremos representação da academia, do mercado e das instituições de classe, além disso, os estudantes trarão suas experiências”, disse Adriana Thiara Oliveira, docente do Instituto Federal de Alagoas e mediadora do debate. Sobre a realização da JARP durante a Bienal do Livro, a docente do IFAL disse ainda: “Estamos finalizando as celebrações do Centenário das Relações Públicas. Em 2014, quando fizemos a JARP , fizemos para abrir o ano do centenário, a...